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domingo, 17 de novembro de 2013

Diagnosticos: Somos todos portadores de disturbios de comportamento?????


     Eu nunca gostei de viajar em excursões, daquelas cheias de gente, em ônibus, com longas filas para entrar e sair e todo aquele horror de uma intimidade não solicitada com estranhos de origens mais diversas.
     Sempre é bom lembrar que não se deve dizer : Dessa água não beberei e sendo assim, já que a opção que eu tinha para ter acesso aos lugares que queria no tempo que dispunha, lá fui eu.
     Graças ao profissionalismo dos americanos, tive uma surpresa agradável nessa jornada e mais, essa experiência foi um verdadeiro laboratório.
      Uma das grandes questões que me incomodam atualmente, é essa epidemia, produzida pela industria farmacêutica, onde crianças são rotuladas de hiperativas e massivamente medicadas. Um questionamento que sempre me vem a cabeça é sobre a validação dos parâmetros diagnósticos para nossa cultura, já que foram criados pelos americanos. Os termos impulsividade, impetuosidade, desatenção são extremamente subjetivos e destituídos de parâmetros científicos para aplica-los ou mensura-los. Em 1990, quando fiz um projeto sobre Dificuldade de aprendizado, apliquei um instrumento de avaliação feita para os professores usarem e  validado no Brasil. Alguns professores preenchiam todos os parâmetros com as piores avaliações, em TODOS os seus alunos. Naquele projeto tivemos o cuidado de fazer uma abordagem com os professores quando isso ocorria. Mas hoje vejo esse diagnóstico sendo feito principalmente no ensino particular e terapeutas privados.
         E por que relato esses fatos?
      Em minhas viagens a outros países, tenho como atividade o que chamam de antropologia urbana ou falando mais simplesmente, uma das minhas distrações é observar o comportamento das pessoas do local, dos turistas de cada país, e as interações humanas que ocorrem espontaneamente principalmente em locais de lazer ou ruas.
        Uma cena que marcou minhas lembranças foi durante uma visita ao Metropolitan Museum of Art em Nova York,em 2006, enquanto me emocionava numa sala cercada de quadros de Monet, vejo crianças de no máximo 5 anos entrando em profundo silencio, em fila, organizadamente numa atitude de reverencia, quando de repente uma criança que mau começava a falar se desprendeu da fila, correu para a frente de um dos quadros das ninfeias ali existentes e falava sem parar: Monet, Monet, Monet!!!!!!
       Aquele momento emocionante me levou a longas horas de reflexão, lembrando as crianças brasileiras, na rua, na saída das escolas, nas festas.
       Os brasileiros tem uma fama, merecida, pelo comportamento abusivo em viagens, festas e outras situações, principalmente em grupos. Esse comportamento causa conflitos e um acolhimento precário em algumas partes do mundo.
      A muito venho observando algumas caracteristicas dos turistas brasileiros. Podem me perguntar, por que turistas? Creio que uma viagem é uma situação de exceção da rotina, onde expectativas, inseguranças e ilusões ficam mais claras e assim fica mais clara algumas características de nosso povo.
     Na excursão que participei pude, num grupo restrito, observar alguns padrões de comportamento muito característicos do povo brasileiro e de alguns povos latinos. E nesse grupo haviam brasileiros e outros latinos da América do Sul e Caribe, em grupos e isolados.
     Vou enumerar alguns padrões de comportamento que se destacaram.
      Sempre que iria ocorrer alguma parada em algum lugar, o guia que nos conduzia, iniciava uma serie de explanações sobre o local, o que faríamos e como deveríamos nos conduzir ao chegar ao local.
      A maioria do grupo não falava inglês e o guia dava as instruções em espanhol e português.
     Enquanto o guia falava, os grupos de brasileiros e outros latinos continuavam falando alto e gargalhando.Quando chegavam ficavam perguntando uns aos outros o que era para fazer, onde iam e que não tinham entendido as explicações! Poderia classificar esse comportamento como Desatenção? As atividades cotidianas eram prejudicadas, sendo assim, caberia a classificação!
      Quando o ônibus parava, tanto os outros latinos e brasileiros, principalmente os homens, se levantavam rapidamente e ficavam no corredor e ao abrirem as portas do ônibus, desciam e ficavam em frente a porta, obstruindo a saída dos outros. Em algumas situações, o guia solicitava que aguardassem sentados dentro do ônibus para receber as chaves ou outros materiais e ai iriam saindo conforme chamados, mas mesmo assim as pessoas ficavam no corredor em pé e as pessoas que deveriam sair não conseguiam e eles se recusavam a sair da frente!!! Impulsividade????
          Já as mulheres, se levantavam e obstruíam o corredor, arrumando suas coisas, sem a preocupação de estarem incomodando os outros. Desatenção???
      Quando estávamos em algum lugar e o guia passava informações o grupo se dispersava e depois faziam perguntar daquilo que já havia sido explicado.
       Dentro do ônibus andavam, esbarravam, derrubavam, falavam alto.
       Então me pergunto: Seriam todos nós latinos portadores de TDAH????
       Abaixo as definições do que é TDAH, e cada vez que leio e releio fico com a impressão que estava num grupo onde todos eram portadores!!!!
    Principais sintomas
    O principal sintoma é a dificuldade em manter o foco da atenção e/ou manter-se quieta, estes sintomas podem se manifestar de diversas formas:
    ● As crianças com TDAH, em especial os meninos, são agitadas ou inquietas, freqüentemente ganham apelidos e ficam estigmatizados
    ● Na idade pré-escolar, estas crianças mostram-se agitadas, movendo-se incessantemente, mexendo em vários objetos.
    ● Mexem pés e mãos, não param quietas na cadeira.
    ● Falam muito e constantemente, freqüentemente pedem para sair de sala ou da mesa de jantar.
    ● Têm dificuldades para manter atenção em atividades muito longas, repetitivas ou que não lhes sejam interessantes.
    ● São facilmente distraídas por estímulos do ambiente externo, mas também se distraem com pensamentos "internos", dando a impressão de estarem "voando".
    ● Nas provas, são visíveis os erros por distração (erram sinais, vírgulas, acentos, etc.).
    ● Esquecem recados, material escolar ou até mesmo o que estudaram na véspera da prova.
    ● Tendem a ser impulsivas (não esperam a vez, não lêem a pergunta até o final e já respondem, interrompem os outros, agem antes de pensar).
    ● Dificuldades com relação a horários, freqüentemente não os cumprem.
    ● É comum apresentarem dificuldades em se organizar e planejar aquilo que querem ou precisam fazer.
    ● Dificuldades com relação a escala de prioridades
    ● Seu desempenho sempre parece inferior ao esperado para a sua capacidade intelectual.

      Formas de manifestação
      ● O indivíduo parece estar em constante movimento: movimenta com frequência mãos, pés e/ou balançam o corpo de alguma maneira.
      ● Dificuldades de se manter quieto ou sentado por muito tempo e mudam de posição freqüentemente.
      ● Tocam tudo com as mãos.
      ● Atividade por atividade sem motivo que explique a ação.
      ● Verborragia, ou seja falam demais.
      ● Assobiam, cantam ou criam diferentes sons com a boca.
      ● Menos necessidade de dormir e parecem nunca se cansar.
      Possíveis consequências
      ● São indivíduos tidos como "estabanados", pouco cuidadosos, quebram e derrubam coisas com muita frequência e fazem muito barulho.
      ● Estão sempre envolvidos com atividades perigosas.
      ● Maior frequência de acidentes.
      ● Atrapalham o ritmo da classe na qual estão inseridos.
      ● São incontroláveis e inoportunos.
      ● Despertam rejeição dos colegas.
      ● O comportamento impacta no nível de aprendizado.
          Observando o comportamentos dos americanos comecei a pensar: Seriam todos portadores de Transtorno Obsessivo Compulsivo????
            Se  você observar verá varias características: São obcecados por organização, não toleram contato físico fora de padrões pré-estabelecidos, tem compulsão por higiene.
            Parte da definição desse distúrbio são ideias exageradas e irracionais de saúde, higiene, organização, simetria, perfeição ou manias e "rituais" que são incontroláveis ou dificilmente controláveis.
             A  grande questão que me faz pensar sobre esses padrões de comportamento é  como as características culturais, históricas, sociais são introduzidas na elaboração desses diagnósticos.
                  Numa outra viagem, um cruzeiro, ocorreu uma mudança da formação do grupo devido a ocorrência de um furacão e a composição do grupo era de 6 estrangeiros, alguns americanos de origem anglo-saxônica moradores do sul do país e a grande maioria de afro-americanos também do sul dos estados unidos.
                  Nessa experiência, que me forneceu muita informação sobre essas etnias e suas interações observei em grande parte dos afro-americanos um comportamento que poderia ser enquadrado no diagnóstico de Transtorno desafiador e de oposição ou transtorno desafiador opositivo ((CID 91.3) é um tipo de transtorno de conduta que costuma ocorrer com crianças menores. Suas características principais são: comportamento desafiador, desobediente ou perturbador. No entanto, não incluem atos delinquentes ou manifestações mais extremas de agressividade ou comportamento antissocial. Para diagnosticar corretamente esse tipo de transtorno é necessário que os demais critérios gerais citados em F91 sejam cumpridos. Travessuras graves ou a desobediência em si não são suficientes para o diagnóstico.1 Deve-se ser cauteloso no diagnóstico desta categoria, especialmente em crianças mais velhas, porque um "transtorno de conduta clinicamente significativo  geralmente será acompanhado por um comportamento dissocial ou agressivo, que vai além da mera rebeldia ou de desorganização." (tradução livre do site World Health Organization).2)
                  A grande questão é : Quanto a historia desse grupo étnico naquele país, não propiciou o desenvolvimento desses comportamentos?
                   Creio serem levianos os diagnósticos "facilmente" feitos em entrevistas de alguns minutos ou em "achismos". Se as avaliações não forem feitas com critério, sem pressa, com interesse em aprofundar o conhecimento da historia e da inserção social e cultural de cada individuo, não tenham duvidas de que nenhum de nós escapara do rotulo dentro de algum transtorno de comportamento!
                     Antes de rotular uma criança, observe o comportamento familiar e do grupo social que pertencem para que não confundam uma educação falha e omissa com distúrbios comportamentais individuais.

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