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sábado, 30 de agosto de 2014

O que aprendi na faculdade?


        Neste final de semana minha turma de faculdade se reuniu para celebrar 30 anos de formatura!
        O encontro com aqueles com quem convivi e compartilhei minhas experiências nesse período tão turbulento não só da formação profissional, mas quando nos transformamos em adultos me fez pensar: "O que aprendi na faculdade?"
         Acho que a coisa mais importante foi que quando a vida nos afasta de nossas famílias, temos a oportunidade de construir uma nova. 
         As amizades que construimos num período tão importante, conflitante e desafiador serão duradouras. As experiências , as descobertas compartilhadas, constroem bases sólidas para relações profundas e verdadeiras.
          O período em que se deixa a adolescência e começa a assumir responsabilidades da vida adulta é muito assustador. Aqueles que estão ao nosso lado nesse momento serão sempre lembrados.
          Na faculdade temos pela primeira vez uma liberdade adulta, a chance de descobrir o que queremos, o que gostamos realmente, como devemos agir para alcançar nossos objetivos, a que devemos renunciar.
           Me lembro do Carlinhos que se tornou um irmão, me ensinando os cuidados com o carro, direção, o caráter dos rapazes! Que não deixava a gente seguir os Hari Krisna em procissão!
          Com o Serjão aprendi a me aventurar, viajar mesmo que fosse em situações extremas! Fugir de briga de bar, se divertir sem ter que estar sempre seguro, desafiar os limites.
           A turma do Centro Acadêmico me mostrou o que era vagabundagem em forma de ideologia! Hipocrisia e discursos mentirosos, política vazia.
          As reuniões de turma me ensinaram a discutir, discernir o que era fala e o que era ação.
         Aprendi a negociar quando preciso, enfrentar mesmo com receio e respeitar aqueles que mereciam.
          Nesse período experimentei as coisas que achei que deveria, me arrisquei, descobri quem queria ser.
          Muitas vezes foi alegre, outras tristes, tive medo, duvidas. Quantas vezes me perguntei para onde estava indo. Uma gama de oportunidades infindáveis, um futuro sendo construido.
         Talvez fosse jovem demais para compreender, na época, tudo que estava acontecendo comigo. Menina criada no interior, vivendo numa cidade grande, onde a intelectualidade fervilhava, as mudanças de comportamento eram moldadas, os conceitos que aprendera na infância eram questionados a todo momento. As escolhas eram feitas na pressa de viver.
          A medicina me ensinou a fragilidade da vida, a importância de seus atos para os outros. Me ensinou que nos pequenos atos podemos fazer a diferença. Me fez descobrir uma força que jamais imaginei ter para enfrentar a dura realidade, que jamais imaginei ser tão terrível.
           Enquanto meus amigos que seguiam outras carreiras, tinham uma vida descompromissada e despreocupada, eu passava meus finais de semana em plantões, vendo jovens com a mesma idade que eu morrendo, passei noites notificando e consolando famílias que haviam perdido entes queridos de forma trágica. Subia morros sob a mira de armas para atender pessoas. Aprendi a sobreviver as invasões dos bandidos, nos hospitais . Encarei bandido, viciado, gente enlouquecida por drogas, dor ou desespero. Aprendi o valor de uma palavra certa, um gesto, paciência, no momento critico.
            Creio que o mais importante ensinamento que a medicina me deu foi o valor da Vida, do Momento presente, da Solidariedade. Me ensinou que o Amor é muito mais que gestos vazios, palavras meigas, Amor é e tem que ser incondicional, a todo ser vivo, independente de reciprocidade, tem que ser de verdade.
              Meus colegas de faculdade me ensinaram que jamais estamos sós, se tivermos amigos, mesmo que não pensemos da mesma forma, nem tenhamos os mesmos objetivos, existe algo maior, que é o companheirismo e a lealdade.
                   Hoje sei que foi na faculdade que eu  moldei quem eu me tornei!

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