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domingo, 29 de dezembro de 2013

O SILENCIO

                                                    







                                                          O SILÊNCIO

                                 Há um grande silêncio que está sempre à escuta...

                                 E a gente se põe a dizer inquietamente qualquer coisa,
                                 qualquer coisa, seja o que for,
                                 desde a corriqueira dúvida sobre se chove ou não chove
                                 até a tua dúvida metafísica, Hamleto!

                                  E, por todo o sempre, enquanto a gente fala, fala, fala
                                  o silencio escuta...
                                  e cala.

Mario Quintana - Esconderijos do Tempo



               Nesse período de ferias e festas, observo as pessoas se reunindo, na praia, no campo, em casa, em bares e restaurantes.
            Muitas vezes ouço as conversas, ou trechos delas e observo o que estão ou não dizendo. Frequentemente ouço conversas sobre pessoas, novela, tempo ou sobre nada, discussões, esportes. Banalidades.
            Já tive meu tempo de papo de bar, de jantares prolongados, mas sempre gostei de conversas que acrescentavam.ensinavam, abriam minha cabeça para algo novo.
             Não sei se por força do trabalho, pelo tamanho da zona da  fala no meu lobo temporal eu sei que falo muito. E nas minhas horas livres, cada vez mais gosto dos silêncios e da escrita.
             Silêncios são tão ricos de significado, mais puros e diretos em sua mensagem.
              A escrita é a fala refletida e concretizada.
              Antes eu considerava o silencio num encontro social algo desconfortável, que precisava ser preenchido.Agora entendo que  o silencio é necessário, é a massa que segura as palavras na construção de uma ideia.
              Como se perde a oportunidade de ficar em silencio e apenas observar. Aprender com a observação é um dos meios mais ricos de aprendizagem. 
               Talvez festas com menos barulho, encontros com menos conversas jogadas fora fossem uteis para pessoas encontrarem realmente umas as outras. 
               Hoje em uma conversa, você falou alguma coisa que realmente acreditava, e por que? Quantas vezes hoje você expressou o que sentia realmente?
                Você apenas fala ou  conversa com alguém? O que você descobriu sobre o outro,seus sentimentos e sonhos? Você realmente conhece com quem fala?
                A superficialidade das conversas, dos sentimentos, dos encontros casuais acrescentam algo de importante a você? Te faz crescer? Ou apenas servem para te manter fechado em seu  mundo?
                Sinto que  quanto mais falamos, mais sozinhos ficamos.

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